terça-feira, 14 de maio de 2013

Trio pop Cidade Negra desembarca em Curitiba para estréia da turnê do novo CD "Hey, Afro"

Toni Garrido, Bino Farias e Lazão. O power trio que dá vida a banda Cidade Negra está de volta ao cenário musical com um novo álbum, produzido por eles - com a luxuosa participação de Liminha em duas faixas - e mixado na Jamaica, 'Hei, Afro' traz 13 faixas, a maioria inédita e autoral, e marca o retorno de Toni Garrido, após um breve recesso. 

O álbum potencializa uma das premissas da banda: músicas positivas, que falam de amor com toques de consciência política e social. Uma das bandas mais respeitadas do país, com várias passagens pelos principais festivais de música do planeta, o Cidade Negra é reggae mas também é soul e pop rock. Reggae brasileiro com dubs jamaicanos.

'Eu fui, voltei', composta pelo trio, é a música que abre o álbum. A canção é uma releitura de 'Downtown', grande sucesso da banda (Eu fui/Eu fui/Eu fui/Eu fui/Eu fui/Pro outro lado de lá), com a mesma base porém com uma letra que mostra a força do reggae e a importância de se falar de assuntos que estão longe de serem resolvidos. Em versos como 'Eu fui/Voltei/Vim falar da paz mundial/Igualdade racial/ Ainda temos tanta coisa para dizer/ Pra quem tá preso na frente da TV', essa mensagem se torna explícita.

'Ninguém pode duvidar de Jah' é uma versão dos The Monkeys e fala sobre a força incondicional e indestrutível do amor. A letra reforça que só 'ele' perdoa, renova, sonha e realiza. Em seguida, 'Diamantes', canção também composta pelo trio, é um reggae 'responsa' que fala sobre o sonho que todos temos de viajar pelo mundo ao lado de quem se quer bem. Mantendo o clima com uma atmosfera mais 'pista de dança', a próxima faixa é 'Don't Wait', escrita pelo hitmaker baiano Magary Lord.

Ironias e sátiras são marcas registradas da banda quando a mensagem musical tem um 'Q' de conscientização social e/ou política. Na faixa 'Só pra detonar' isso se torna bastante explícito. Composta também a seis mãos, a música alfineta os 'papagaios' do cotidiano, àquelas pessoas que falam para destruir e não construir, para atrapalhar e não ajudar, para subtrair e não somar.

Na sequência, 'Paiol de pólvora' fala sobre o caldeirão diário de acontecimentos, bons e ruins, das grandes metrópoles como o Rio de Janeiro. Dos tropeços que levam uns pra vala outros pra paz. 'Uns tropeçam e não levantam mais, outros, milagrosamente, seguem em paz'. A sétima faixa além de nomear o disco, 'Hei, Afro', faz um alerta. A "nossa África" está diante dos olhos de todos e a canção, a mais politizada do álbum, incita os ouvintes a avaliar com mais sabedoria e propriedade a real política dos governantes. A pobreza, o abandono, as favelas estão diante de todos e as senzalas continuam.

Até quando?
'Contato' fala de fé, ou da falta dela. Fé nas pessoas, no amor e na vida. Os eres estão presentes no álbum em 'Menino rei', uma canção inspirada na obra dos reis, nos sonhos da infância, nos 'reis' criados que encantam: Pelé, no futebol, Roberto Carlos, na música e Jesus, o rei dos reis. 'Ignorius' é um reggae dançante, bem jamaicano, de mensagem forte. A hipocrisia é o mote da canção e ela está em todos os segmentos, no poder, na religião, no sexo e até no amor. 

'Naturaleza' vem na contramão da hipocrisia da faixa anterior e prega o respeito pela educação, pelas questões sociais e ambientais. Fala da fauna e da flora. A letra faz um apelo pela conscientização das pessoas, pela reciclagem, pela melhoria do mundo que começa dentro de cada um de nós. 'Somewhere over the rainbow' é aquela canção que todo mundo já ouviu em algum lugar em um determinado momento da vida. Inspirada na clássica versão do havaiano Israel "IZ" Kamakawiwo, o Cidade Negra deu uma nova roupagem, suave e suingada, na canção mais famosa da trilha do 'Mágico de OZ'. E finalizando o álbum, 'Mole de amor' encerra a questão: o amor supera todas as dificuldades. E foi por amor, respeito aos fãs e à música, que Toni Garrido, Bino Farias e Lazão voltaram aos palcos, juntos, com este novo trabalho.

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